quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Estudos teologicos - Livros Poéticos

APOSTILA DE LIVROS POÉTICOS

Autor. O livro de Jó trata de um dos maiores mistérios – o de sofrimento. A pergunta que ressoa por todo o livro é: por que sofrem os justos? Jó, um homem descrito como perfeito, é despojado da riqueza, dos filhos e da saúde. Suporta estas aflições com constância.

Jó não compreende a causa dessas calamidades, mas resigna-se como pensamento de que Deus, envia aos homens, tanto o mal como o bem, e que Deus tem o direito de com as suas criaturas o que lhe aprouver. Assim pois, os homens devem aceitar o mal sem fazer queixa. Os amigos de Jó argumentam que, sendo o sofrimento resultado de pecado e sendo Jó o mais aflito dos homens, deveria ele ser o mais ímpio de todos. Jó fica indignado e nega a acusação de ter cometido pecado, levando sua negação até o ponto de auto-justiça. Na conclusão da discussão entre Jó e seus amigos, Eliú fala, condenando Jó por sua auto-justiça e os outros por sua áspera condenação de Jó. Continua explicando que Deus tem um propósito ao enviar o sofrimento aos homens; que Ele causou as aflições para experimentar o caráter de Jó e como um meio de revelar-lhe um pecado do qual até então não se tinha dado conta: auto-justiça.

Autor. O autor de Jó é desconhecido. Acredita-se que Eliú pode tê-lo escrito (32:16).

CONTEÚDO

I . O ataque de Satanás contra Jó (1:1 a 2:10).

II. Jó e seus amigos (2:11;31:40).

III. A mensagem de Eliú (caps.32:37)

IV. A resposta de Jeová a Jó (caps. 38 a 42:6)

V. Conclusão (42:7-17).

I. O ATAQUE DE SATANÁS CONTRA JÓ

Em que outro lugar das escrituras se menciona Jó? (Ezequiel 14:14, Tiago 5:11). Que se diz acerca de seu caráter? Da sua prosperidade e da sua piedade? Os “os filhos de Deus” mencionados em 1:6 são evidentemente os anjos que vinham diante de Deus em certas ocasiões, provavelmente para dar uma informação de seu ministério na terra (Hb.1:14). Como um Judas entre os apóstolos, Satanás aparece entre os anos. Porque tinha acesso à presença de Deus é um mistério, mas Apocalipse 12:10 ensina claramente que tinha admissão ao céu, e que ali toma parte de “acusador de nossos irmãos” (vide também Lucas 22:31). Notamos no versículo 7 o que Satanás disse acerca de sua atividade com relação ao mundo (comp.I Pedro5:8).

Deus apresenta Jó como um homem perfeito e temente a Deus, um que tem fugido à corrupção do mundo. Satanás admite isto, mas impugna o motivo de Jó. Sua contestação é que Jó serve a Deus por conveniência, porque isto lhe traz prosperidade. Ao caluniar Jó, Satanás também ataca a Deus, porque suas palavras insinuam que Deus, não pode ganhar o amor desinteressado da parte do

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homem. Deus, desejando justificar o Seu próprio caráter e o de seu servo, tem apenas a alternativa de sujeitar Jó a uma prova. É um consolo saber que aflição dos filhos de Deus por Satanás só tem lugar com a permissão de divina. Dos capítulos 1:21 e 2:10 vemos que Jô justificou a confiança que Deus tinha nele.

II. E SEUS AMIGOS (caps, 2:31 e 31:40)

Vimos a causa das aflições de Jó sob o ponto de vista divino. Agora veremos as opiniões de seus amigos a respeito da causa das suas dificuldades. Devem recorda-se que as suas palavras em si mesmas não são inspiradas, porque o próprio Senhor as acusou de erro (42:8). É o registro dessas palavras que é inspirado. Embora estes homens dissessem muitas coisas certas, não disseram a verdade completa.

Aprendam-se os seguintes pontos que resumem os discursos dos amigos de Jó .

1. Afirmam que o sofrimento de é o resultado do pecado. Assim sendo,

se uma pessoa está aflita, deve concluir por certo, que haja pecado.

2. A medida da aflição indica o grau do pecado. Argumentam que sendo

Jó o homem que mais sofria, deve ser ele o maior dos pecadores.

3. Dizem a Jó que se ele arrepender-se de seus pecados, Deus restaurar-lhe-á a felicidade. Avisam-no que se procurar justificar-se a si mesmo, isto retardará a sua restauração.

4. Admitem que algumas vezes os ímpios prosperam, mas dizem esta prosperidade é transitória, porque logo passará, e a retribuição divina lhes sobrevirá.

Podemos resumir as respostas de Jó a seus amigos da seguinte maneira:

1. Jó afirma que é possível que um homem justo seja afligido. Considera crueldade da parte de seus amigos acusarem-no de pecado por causa de suas aflições. Ele mesmo não compreende o propósito de Deus em afligi-lo. Aceita como fato que Deus, ao distribuir o bem e o mal, não considerava o mérito nem a culpa, mas que age como agrada a Sua soberania. Crê que haja casos em que aquele que sofre tem o direito de justificar-se a si mesmo e queixar-se pelas ordens de Deus.

2. Mais tarde Jó desmente algumas de suas asseverações extravagantes,

admitindo que Deus aflige geralmente os ímpios e abençoa os justos. Insiste ainda que há exceções à regra, como por exemplo: a aflição de um homem ímpio. Por causa destas exceções, é injusto chegar à conclusão de que um homem é pecador devido aos seus sofrimentos.

3. Jó crê que é nosso dever adorar a Deus embora estejamos sofrendo calamidades não merecidas; mas devemos abster-nos de julgar claramente aqueles que, quando estão em angústia, proferem queixas contra Deus.

III. A MENSAGEM DE ELIÚ (Caps. 32:37)

O discurso de Eliú pode resumir-se da seguinte maneira:

1. Disse a Jó que fez mal em vangloriar-se da sua integridade (33:8-13), e de fazer parecer que Deus lhe dava recompensas. Deus não é devedor de ninguém (35:7). Por mais que seja Jô, não tem o direito de exigir alguma coisa de Deus, porque alguma coisa de Deus, porque todos os homens são pecadores ante Sua vista.

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2. Admite que as calamidades são castigos pelos pecados cometidos, mas ao mesmo tempo são corretivos. Podem ser infligidos aqueles que são relativamente mais justos do que outros. Se o fim aflição for alcançado e a falta reconhecida pelo aflito, Deus abençoará com uma felicidade maior do que antes (33:14-33). Depois ele expõe a majestade e a perfeição de Deus na criação, reprovando Jó por procurar questionar com Ele em de humilhar-se e confessar sua culpa (caps. 36,37).

IV. A RESPOSTA DE JEOVÁ (Caps. 38:1 a 42:16)

“Deus fala a Jó somente para iniciar a discussão. Ele não discute com ele mas proporciona-lhe revelações das mais eficientes, pelas quais desafiam Jó nas suas próprias premissas erradas. Primeiro desafia o erro de Jó em pôr em questão o Todo-poderoso. Ao julgar a Deus, Jó assumiu autoridade igual à pessoa daquele que media, a saber: ao Eterno Criador de todas as coisas. Nos capítulos 38,39, desafia a capacidade de Jó para julgar, como se este estivesse direta e pessoalmente familiarizado com todas as coisas desde o princípio das mesmas. Isso faz calar Jó, um homem de existência e conhecimento original tão curtos. Deus então revela a Jó Sua surpreendente destreza em criar e governar de uma maneira benévola os monstros mais espantosos do mundo antigo. O beemonte, o leviatã, o hipopótamo e o crocodilo do Nilo evidentemente servem como instruções simbólicas de Sua habilidade em criar e governar, de uma maneira benévola, as mais espantosas dificuldades que um Pai onisciente e amoroso permita ao “leão rugente” infligir. Jó agora rompe o silêncio em adoração e humilhação perante Deus. Confessa que o que havia aprendido teoricamente antes de receber a certeza da sabedoria e bondade divina, é agora para ele uma bendita realidade. Esta certeza satisfaz e regozija o seu coração de tal maneira que qualquer idéia de sustentar seus próprios méritos, sob qualquer providência de Deus, fica excluída para sempre”.

V. CONCLUSÃO (Caps. 42:1-17)

Os últimos versículos de Jó ilustram Tiago 5:11; “Ouvistes qual foi a paciência de Jó, e vistes o fim que Senhor lhe deu; porque é muito misericordioso e piedoso” (quer dizer, vistes no resultado o tratamento de Deus como Jó, a manifestação de Sua compaixão e ternura).

OS SALMOS

O livro dos Salmos é uma coleção de poesias hebraica inspirada, mostrando a adoração e descrevendo as experiências espirituais do povo judaico. É a parte mais íntima do Antigo Testamento, dando-nos uma revelação do coração judeu santo, e percorrendo todas as escolas de suas experiências com Deus e a humanidade. Nos livros históricos vemos Deus falando acerca do homem, descrevendo seus fracassos e seus êxitos; nos livros proféticos vemos Deus falando ao homem, admoestando os ímpios e condenando os justos à luz do futuro. Mas nos salmos vemos os homens falando a Deus, descobrindo o seu

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coração em oração e elogio e falando acerca de Deus, descrevendo e exaltando-o

pela manifestação de Seus gloriosos atributos. Enquanto o santo do Velho Testamento fala desta maneira a seu Deus, fosse qual fosse a sua experiência, fosse a prosperidade ou a adversidade, benção ou castigo, o êxtase mais elevado ou desalento mais profundo, sempre predomina uma nota por toda a sua adoração - a de louvor. O crente do Antigo Testamento pode louvar a Deus em todas as circunstâncias, porque a Sua fidelidade no passado é uma garantia de Sua fidelidade no futuro. Esta comparação do passado e do futuro foi também o que ocasionou a introdução do elemento profético nos Salmos. Porque o escriba ou profeta, vendo o fracasso do reino e dos reis terrestres de Israel, prorrompeu em palavras inspiradas acerca do reino glorioso de Deus e de Seu glorioso Rei – o Messias. Podemos resumir desta maneira o tema dos Salmos: Deus deve ser louvado em todas as circunstâncias da vida; e isto por causa da Sua fidelidade no passado, ao qual é uma garantia de Sua fidelidade no futuro.

Autores. Muitos dos Salmos são anônimos e a autoria de alguns está em dúvida. Os autores geralmente reconhecidos são os seguintes:

Davi. É considerado como o autor dos 71 Salmos que levam o seu nome.

Asafe, o diretor do serviço do coro do templo no tempo de Davi, que também é um profeta (I Cr.6:39; II Cr. 29:30).

Salomão, rei de Israel.

Moisés, o chefe e legislador de Israel.

Ema, um cantor e profeta do rei (I Cr. 6:33; 15:19; 25:5,6).

Esdras, um escriba que ensinava a lei aos judeus depois do cativeiro.

Etã, um cantor (I Cr.15:19).

Ezequias, rei de Judá.

Os filhos de Coré dirigentes da adoração em Israel.

Jedutum, cantor-mor no Tabernáculo (I Cr.25:10).

CONTEÚDO

Na Bíblia hebraica os Salmos estão divididos em cinco livros, da seguinte maneira.

Livro I. começa com Salmo 1.

Livro II. começa com Salmo 42.

Livro III. começa com Salmo 73.

Livro IV. começa com Salmo 90.

Livro V. começa com Salmo 107.

Sugere-se a seguinte classificação dos Salmos. Leia os Salmos mencionados nesta classificação. Recordem os cinco pontos principais da classificação.

1. SALMOS DE INSTRUÇÃO: sobre o caráter dos homens bons e maus,

sua fidelidade e sua miséria, (Sl.1) sobre a excelência da lei divina (19,119); sobre a futilidade da vida humana (90); deveres dos que governam (82); humildade(131).

2. SALMOS DE LOUVOR E ADORAÇÃO: Reconhecimento da bondade e do cuidado de Deus (23,103); Reconhecimento de Seu poder e de Sua glória (8, 24,136,148).

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3. SALMO DE AÇÃO DE GRAÇAS: Pelas misericórdias para com os indivíduos (18,34) pelas misericórdias com os israelitas em geral (81,85).

4. SALMOS DEVOCIONAIS: Os sete Salmos penitenciais (6,32,38,51,102,130,143): expressivos de confiança sob a aflição (3,27); expressivos de extrema aflição, mesmo assim não sem esperança (13,77); orações em tempo de aflição severa; (4,28,120); orações quando privado do culto público (42); orações em tempo de aflição e perseguição (44); oração de intercessão (20,67).

5. SALMOS MESSIÂNICOS: 2,16,22,40,45,72,110 e 118.

6. SALMOS HISTÓRICOS : 78,105, E 106.

Tendo em vista a sua importância, conteúdo profético e beleza, destacamos os Salmos 22,51,110 e 119, para uma apreciação mais profunda.

SALMO 22

O salmo 22 é uma figura pitoresca da morte pela crucificação. Os ossos (das mãos, dos braços, dos ombros e da pélvis) desconjuntados (v. 14); as forças exauridas e a sede intensa (v.15); as e os pés perfurados (v.16, comp. Jo. 20:20); nudez parcial com atentado à modéstia (v.17), tudo está associado com o modo da morte. As circunstâncias acompanhantes eram precisamente aquelas que se cumpriram na crucificação de Cristo. O grito desolado do v.1 (Mt.27-46); os períodos de luz e trevas do v.2 (Mt.27:45); o tratamento desprezivo e humilhante dos vs.(6-8, 12-13) (Mt.27:38-44); o deitar das sortes do v. 18 (Mt.27:35), onde tudo se cumpriu literalmente. Quando nos lembramos que a crucificação era uma forma romana, não judia, de execução, a prova da inspiração torna-se irresistível.

No v. 22, o Salmo passa da crucificação para a restauração; cumpriu-se no “vai ter com os meus irmãos”, etc., de Jo. 20:17. o Cristo ressuscitado declara a Seus irmãos o nome, “Pai”.

Os versículos 26-31 contam os resultados dos sofrimentos e da libertação descritas no Salmo e provam sua referência messiânica além de qualquer questão. Possivelmente não de poderia dizer que o sofrimento e as subseqüente libertação de qualquer simples ser poderia resultar na alimentação dos sofredores e dos opulentos (vs. 26,29), os confins da terra se convertendo ao Senhor (v.27), todos os mortos finalmente se prostrando diante dele (v.29), e no nascimento de um povo (v.31).

SALMO 51

O Salmo 51 deves ser, em seus passos sucessivos, o padrão da experiência do crente pecador que retorna à plena comunhão e serviço. Os passos são: 1) o pecado totalmente julgado diante de Deus (vs.1-6); 2) perdão e purificação através do sangue (v.7); 3) purificação (vs. 7-10; comp. Jo.13:4-10; Ef. (5:26; I Jo.1:9); 4) cheio do Espírito para alegria e poder (vs. 11-12) 5)

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serviço (v.13) 6) adoração (vs.14-17); e 7) o crente restaurado em comunhão

com Deus. Pessoalmente, foi o caminho de Davi à comunhão restaurada depois de seu pecado com Bate-Seba. Profeticamente, pode ser o caminho do retorno de Israel (Dt.30:1-10).

O hissopo referido v.7 é um pequeno arbusto (I Reis 4:33) com o qual o sangue e água da purificação eram aspergidos (Lv.14:1-7; Nm.19:1-19).

A purificação nas escrituras tem dois aspectos: 1) de um pecador da culpa do pecado - o aspecto do sangue (hissopo); 2) o de um santo da contaminação do pecado – o aspecto da água (lava-me). Sob a graça, o pecador é purificado pelo sangue quando crê (Mt. 26:28; Hb.1:3; 9:12; 10-14). Ambos os aspectos da purificação, pelo sangue e pela água, são apresentados em Jo.13:10; Ef.5:25-26). “Quem já se banhou não necessita de lavar senão os pés; quanto ao mais está todo limpo”; também Cristo amou a igreja, e a Si mesmo se entregou por ela (redenção pelo sangue); para que a santificasse, tendo-a purificado por meio da lavagem de água pela palavra”, corresponde ao “lava-me”do v.7.

Versículo 11. nenhum crente da atual Dispensação da igreja precisaria orar: Não “me retires do teu Santo Espírito”, pois Cristo prometeu aos Seus que o Espírito ficaria “para sempre convosco”(Jo. 14:16; comp.Ef.14:16; comp. Ef.4:30). Mas sempre é apropriado que o cristão ore para ser conformado às condições essenciais do pleno ministério do Espírito.

SALMO 110

A importância do Salmo 110 percebe-se pelo destaque notável dão a ele no Novo Testamento. 1) Ele declara a divindade de Jesus , respondendo assim àqueles que negam o significado divino total do Seu título de Senhor do Novo Testamento(v. 1;Mt.22:41-45; Mc. 12:35-37; Lc. 20:41-44; At. 2:34-35; Hb.1:13; 10:12-13). 2) Ele anuncia o sacerdócio eterno do Messias – uma das declarações mais importantes das escrituras (vs.4; Gn.14:18; Jo.14:6; I Tm.2:5-6: Hb.5:6; 7:1-28). 3) Historicamente, o Salmo 110 começa com ascensão de Cristo (v. 1: Jo.20:17; At. 7:56; Ap.3:21). E 4) profeticamente olha par ao futuro: a) para o dia quando Cristo vai aparecer como o Cetro de poder do Senhor, o Libertador de Sião (Rm. 11:25-27), e para a conversão de Israel (v.3; Jl.2:27; Zc.13:19; veja Dt.30:1-9) e b) para o julgamento dos poderes gentios que precede o estabelecimento do reino (vs. 5-6; Jl.3:9-17; Zc.13:1-4; Ap.19:11-21).

SALMO 119

O Salmo ,119 é um acróstico e é o mais bem trabalhado dos Salmos alfabéticos. Está dividido em vinte e duas seções correspondendo às vinte e duas letras do alfabeto hebraico. Os oito versículos de dada seção começam com a mesma letra, na devida seqüência do alfabeto conforme indicado no começo de cada seção. Por exemplo, cada um dos oito primeiros versículos começam com ALEFE, cada um dos próximos oito primeiros, com BETE; depois com GUIME, DÁLETE, HÊ, VAU, ZAIIN, HETE, TETE, JODE, CAFÉ, LÂMEDE, MEN, NUM, AIIN, PÊ, TSADÊ, COFE, RECHE, CHIM E TAU.

Este Salmo, nascido do amor à lei de Deus, exalta as belezas e as

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excelências da Palavra de Deus escrita, de uma forma única na Bíblia. A palavra

de Deus é tratada sob as seguintes designações: 1) lei; 2) palavra (palavras); 3) ordenanças; 4) mandamentos; 5) preceitos; 6) testemunhos; 7) estatutos; e 8) “juízos”e “ordenanças”são traduções da mesma palavra hebraica. Apenas os vs. 90,121,122,e132 não apresentam um sinônimo para a lei.

As nuances de significado das palavras empregadas são as seguintes: “Lei” é principalmente instrução ou ensinamento, portanto toda a revelação de Deus de Deus para a vida. “Palavra” é enunciação uma palavra generalizada para a revelação da vontade de Deus. “Ordenanças” ( também “Juízos”) refere-se a pronunciamentos legais, regras de administração divina. “Mandamentos” são ordens autoritárias usadas como princípios religiosos. “Preceitos” relacionam com as obrigações morais do homem prescritas por Deus “Testemunhos” indicam as declarações do próprio Deus quanto á sua natureza e propósito. “Estatutos” referem-se em outras passagens e decretos civis e religiosos da lei mosaica. A palavra “caminho” é usada como sinônimo de todos estes termos.

São também Salmos alfabéticos os de números 9, 10, 25, 34, 37, 111, 112, e 145. Acrósticos semelhantes se encontram em Provérbios 31:10-13 e Lamentações 1-4.

PROVÉRBIOS

(Leiam pelo menos dez capítulos)

Tema. O livro de Provérbios é uma coleção de expressões curtas e concisas contendo lições morais. O propósito do livro é declarado logo no princípio, a saber: dar sabedoria aos jovens ( 1:1-7). É o livro prático do Velho Testamento, aplicando os princípios de justiça, pureza e piedade à vida diária. A sabedoria que é ensinada, não é meramente carnal, ou prudência comum, mas sim baseada no temor do Senhor (1:7). Podemos assim, resumir o seu tema: sabedoria prática, tendo como fonte e base o caráter religioso. O princípio da sabedoria é o temor de Jeová.

Autores. O próprio Salomão escreveu a maioria dos provérbios (I Reis 4:32; Ec.1:13; 12:19). Da referência em certos lugares às “Palavras do Sábio”, crê-se que além de seus próprios provérbios, Salomão colecionou alguns conhecidos no seu tempo, incorporando-os aos seus. Os provérbios nos últimos dois capítulos foram escritos por Águr e Lemuel, autores que a Bíblia não menciona em outra parte.

CONTEÚDO

Damos a seguinte análise:

I. Um discurso sobre o valor e a aquisição da verdadeira sabedoria (caps. 1 a 9).

II. Provérbios intitulados “Os Provérbios de Salomão” (caps. 10:1 a 22:16).

III. Admoestações reiteradas sobre o estudo da sabedoria intitulados “As palavras dos sábios”(22:17 a 24:34).

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IV. Provérbios de Salomão colecionados pelos homens de Ezequias (caps. 25-29).

V. As instruções sábias de Agur aos seus discípulos, Itiel e Ucal, e as lições ensinadas ao Rei Lemuel por sua mãe (caps. 30, 31).

ECLESIASTES

Titulo. A palavra “Eclesiastes ”significa o pregador”. Pode ter sido assim chamado pelo fato de ter Salomão, depois de sua triste experiência e as lições aprendidas.

Tema. No livro dos provérbios tomamos conhecimento da sabedoria que tem o seu princípio em Deus. Agora, em Eclesiastes, tratamos da sabedoria meramente natural, que aparte de Deus procura encontrar a verdade e felicidade. Ambos os livros foram escritos por Salomão: o primeiro, durante a primeira parte de seu reinado, quando andava com Deus; o segundo, durante a última parte de seu reinado quando o pecado o separava de seu Criador. Nos provérbios se ouve dos seus lábios uma nota de gozo e contentamento ao meditar sobre as bênçãos da sabedoria divina; em Eclesiastes um tom de tristeza, desalento a perplexidade, ao ver o fracasso da sabedoria natural ao tentar resolver os problemas humanos e obter a perfeita felicidade. Depois de seu afastamento de Deus (I Reis 11: 1-8), Salomão ainda tinha riquezas e sabedoria. Possuído destas, começou a sua investigação pela verdade e a felicidade sem Deus. O resultado dessa pesquisa tem sua expressão na sentença sempre citada “tudo é vaidade” (Vaidade aqui significa “vazio sem valor”). Salomão aprendeu a seguinte verdade que resume o tema do livro: sem a benção de Deus, a sabedoria, posição e riquezas não satisfazem, muito pelo contrário, trazem cansaço e decepação.

Autor. (vide 1:1 ,26; 12(9).

CONTEÚDO

I. A Futilidade do Prazer e da Sabedoria Humana ( caps. 1,2).

II. A Felicidade Terrestre, Seus Obstáculos e Meios de Progresso (caps. 3-5).

III. A Sabedoria Verdadeira e Prática (6:1 a 8:15).

IV. A Relação entre a Verdadeira Sabedoria e a Vida do Homem (caps. 8:16 a 12:14).

Ao ler o Eclesiastes o estudante encontrará muitos ensinamentos sadios, e muitos que contrariam as doutrinas da Bíblia. (Leiam 1:5, 2:24;3:3,4,8,11,20, 7:16,17;18:15). Devem recordar-se que o livro é o registro inspirado das palavras não inspiradas do homem natural, arrazoando sobre experiências humanas e a providência divina. Da mesma maneira a Bíblia contém muitas palavras proferidas pelos ímpios. As palavras não são inspiradas, mas o registro das mesmas é inspirado.

A FUTILIDADE DO PRAZER E DA SABEDORIA HUMANA.

(Caps. 1,2)

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Em 1:1-3, Salomão estabelece o tema de seu discurso: a futilidade de todos os esforços humanos. Todo o esforço é em vão, porque o espírito que investigaria os segredos da vida não está satisfeito. Os homens vêm e vão sem descobrir a solução dos problemas da vida, mas o mundo continua a existir com os seus mistérios não resolvidos (1:4-18). Assim a sabedoria teórica do homem fracassa. Salomão aplica agora a sua sabedoria prática ao problema de encontrar a felicidade ( cap. 2). Ele experimenta a alegria, o riso (vers.1,2), o vinho (v. 3), construções (v. 4), riqueza e música ( vers. 5-8). O resultado final da sua investigação encontra-se no versículo II – a decepção. Enche –se de desespero e de fadiga ao ver que com toda a sua sabedoria, não é mais adiantado, do que tolo qualquer em sua tentativa de resolver os problemas da vida (vers. 12-19). Ao ver que terá que deixar as riquezas a um que nunca trabalhou por elas, riquezas que fora acumuladas por meio de tanto trabalho, e que não lhe trouxeram satisfação, sente-se dominado pelo desânimo e pela futilidade do esforço de que a melhor coisa para o homem natural, é extrair o maior prazer possível desta vida, e ao mesmo tempo esforça-se ao máximo a viver uma vida moral (vers. 24,25).

II. A FELICIDADE TERRESTRE, SEUS OBSTÁCULOS E MEIOS DE PROGRESSO (Caps. 3-5)

Salomão argumentava que, a fim de alcançar a felicidade, o homem deve regozijar-se nos benefícios dela e fazer o devido uso dos mesmos (cap.3). Na melhor das hipóteses, a felicidade humana é limitada, porque todas as ações e todos os serviços humanos são restritos por uma lei superior e inalterável, e dependem dela. Em outras palavras, tudo o que acontecer, porque todas as coisas têm o seu tempo. O homem não pode alterar esta ordem; assim sendo, deve submeter-se a ela extraindo da vida toda a felicidade possível (vers.1-15). A felicidade humana está escrita por causa da ignorância acerca das coisas da vida futura. Tão incerta é para ele a esperança de uma vida futura que duvida ser a vida humana melhor neste sentido do que a dos animais (vers. 16-21). Por causa desta incerteza de uma vida no além túmulo não há nada melhor a fazer do que gozar da vida atual (V. 22).

Ele passa a mencionar os obstáculos da felicidade, (4: 1-16), mencionando o infortúnio pessoal de muitos homens (vers. 7-12) e os males da vida civil (vers. 13-16).

Sugere-se que a felicidade se alcança por entregar-se ao culto a Deus (5:1-7), abstendo-se de avarezas, injustiças e violências (vers. 8-17); e pelo gozo moderado dos prazeres e tesouros da vida concedidos por Deus (vers. 18-20).

III. A VERDADEIRA SABEDORIA PRÁTICA

(Caps. 6:1 a 8:15)

A verdadeira sabedoria não consiste em esforça-se para descobrir as fontes terrestres de felicidade (6:1-2), porque mesmo aqueles que possuem riquezas, não alcançam o gozo verdadeiro e duradouro (vers. 1-6), e nunca escapam do sentimento de sua futilidade e da incerteza do futuro (vers. 7-12).

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A verdadeira sabedoria consiste no desprezo do mundo das vãs concupiscência ( 7: 1-7) num espírito quieto e resignado ( vers.8: 14) e num fervoroso temor a Deus e sincero reconhecimento do pecado (vers. 9-15).

Esta sabedoria deve ser conservada apenas das concupiscências mundanas (7:23-29); apesar das tentações de deslealdade e rebelião ( 8:1-8); e apesar das operações injustiças (vers. 9-15).

IV. A RELAÇÃO DA VERDADEIRA SABEDORIA A VIDA DO HOMEM (Caps. 8:16 a 10:20)

A maneira de Deus tratar o homem às vezes é misteriosa (8:16-9,6), mas isso não deve impedir o homem sábio de tomar parte ativa na vida; antes, ele deveria gozar dessa vida e usa-la de uma maneira proveitosa ( 9:7-10). Embora o resultado do trabalho humano seja às vezes incerto, o homem não deve desanimar na procura de sabedoria (vers. 11-16).

Na presença da insolência, orgulho e violência de insensatos afortunados, o homem sábio deve conservar a sua paz espiritual por meio do silêncio e modéstia (9:17 a 10:20).

VI. A CONCLUSÃO (Caps. 11:1 a 12:7)

Depois desse raciocínio, alguns verdadeiros, e outros parcialmente verdadeiros e outros falsos; Salomão tira suas conclusões, que representam o melhor que o homem natural consegue obter, aparte da revelação, na procura da felicidade e do favor de Deus São as seguintes:

1.A fidelidade na benevolência e na vocação (11:1-6).

2.Gozar desta vida de uma maneira tranqüila e feliz (11:7-10).

3.O temor de Deus para jovens e velhos, em vista de um juízo vindouro (12:17).

4.O temor de Deus e a observância dos Seus mandamentos (12:13,14).

CANTARES DE SALOMÃO

Título. O nome deste livro da Bíblia hebraica é “Cantares de Salomão”chamado evidentemente assim, pelo fato de ser este cântico o principal de todos os Cânticos de Salomão (I Reis 4).

Tema. O livro Cantares de Salomão é uma história de amor, que glorifica o amor puro e natural e focaliza a simplicidade e a santidade do matrimônio.

O significado típico dessa história pode interferir-se do fato de que sob a figura da relação matrimonial se descreve o amor de Jeová para com Israel (vide Oséias caps. 1-3; Isaías 62:4), e o amor de Cristo para com a igreja (Mt.9:15; II Co.11:2; Efésios 5:25; Ap.19:7; 21:2).

Sugere-se o seguinte tema: O amor do Senhor para com Seu povo é tipificado pelo amor da esposa e do esposo.

Notem. Ao ler este livro e estudante deve recordar-se que está lendo uma poesia oriental, e que os orientais usam uma linguagem clara nas mais íntimas das questões – uma clareza de linguagem estranha e algumas vezes

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desagradáveis à maioria dos ocidentais. Por mais delicada e íntima que seja a linguagem em muitas partes do livro, deve notar-se que não há nada que o ofenderia o mais modesto oriental. O Dr. Campbell Morgan disse: Em primeiro lugar era indubitavelmente um canto de amor terrestre, mas muito puro e muito lindo. Há homens e mulheres que encontrariam indecências no céu – se por acaso chegassem ali ms ocultariam as mesmas as suas almas corrompidas. Para aqueles que vivem vidas simples, estes cânticos são cheios de formosura e expressam a linguagem do amor humano. Finalmente, nas experiências espirituais, expressam a relação daqueles que tem sido ganhos por Deus em Cristo, a Quem amam e conhecem.

Autor. Salomão (1:1).

CONTEÚDO

De todos os livros do Velho Testamento, o Cantares de Salomão é provavelmente o mais difícil a interpretar a analisar. Neste estudo limitar-nos-emos a um breve esboço da história contida no cântico, e nos diálogos entre Salomão e sua noiva.

A história em que está entrelaçado este idílio parece ser esta: O Rei Salomão visita sua vinha no Monte Líbano. Chega de improviso onde está uma formosa donzela sulamita. Ela foge, mas ele vai visitá-la, disfarçado de pastor e a persuade a casar-se com ele. Logo vem recebe-la como rainha. Encaminham-se para o palácio real. Aqui começa o poema e relata a história de amor Dr. Haas.

I. A NOIVA NOS JARDINS DE SALOMÃO (Caps.1:2 a 2:7)

1. A noiva pede um penhor de amor e elogia o noivo (1:1-4).

2. Ela roga às filhas de Jerusalém que não desprezam a sua

humilde origem, e pergunta onde pode encontrar o seu noivo. As donzelas respondem em uníssono (1:5-8).

3. Segue-se então uma conversa amorosa entre Salomão e sua noiva ( 1:9 a 2:7). Salomão fala (1:9-11); a noiva, 1:12-14; Salomão 1:15; a noiva, 1:16 a 2:1; Salomão 2:2 a noiva 2:3-7).

II. AS RECORDAÇÕES DA NOIVA ( Caps. 2:8 a 3:5)

1. Recorda a vista de seu amado numa primavera (2:8-17).

2. Recorda um sonho referente a ele (3:1-5).

III. AS NÚPCIAS (Caps. 3:6 a 5:1)

1. Os habitantes de Jerusalém descrevem a chegada do rei e da noiva ( 3: 6-11).

2. Depois segue-se uma conversa, Salomão (4:1-5; a noiva, 4:6; Salomão 4: 7-16; a esposa 4:16-b; Salomão 5:1).

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IV. NO PALÁCIO (Caps. 5:2 a 8:4).

1. A esposa reata um sonho que teve referente a Salomão. Sonhou que ele partiu, e que ao busca-lo, ela foi maltratada pelos guardas da cidade. No sonho ela perguntou às filhas de Jerusalém acerca dele, e descreveu sua formosura (5:2 a 6:9).

2. Salomão entra e a elogia (6:4-9).

3.Diálogo entre o coro de donzelas e a esposa; Coro 6:10; esposa 6:11-12; coro e esposa alternadamente 6:13; coro 7:1-5.

4.Entra Salomão e elogia a esposa (7:6-9)

5.A esposa convida seu amado a visitar o seu lar ( 7:10; a 8:4).

V. O LAR DA ESPOSA (Caps. 8:5-14)

Os habitantes do país falam, 8:5 a ; Salomão 8:5b; a esposa 8:6-7; seus irmãos, 8:8; a esposa, 8:12; Salomão 8:13, a esposa 8:14.

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